TEORIA DA LITERATURA


Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

(Camões)

 

Esta estrofe contém metáforas. Mas, além da metáfora, ela pode ser considerada exemplo de outra figura que estudamos. Que outra figura é?


Ironia.


Alegoria.


Metonímia


Paradoxo.


Antítese.

Com base em seus estudos, responda:

O QUE SE DEVE ENTENDER REALMENTE POR VALORAÇÃO DA OBRA LITERÁRIA?

Assinale a alternativa CORRETA:


A valoração da obra literária é a experimentação, a tomada de consciência, de qualidades esteticamente valiosas e de relações estruturalmente presentes na obra para qualquer leitor competente.


A valoração da obra literária é a análise superficial que leitores leigos fazem do texto, apenas para fruição.


A valoração da obra literária é a experimentação, a tomada de consciência, de qualidades esteticamente valiosas e de relações estruturalmente presentes na obra para análise da crítica especializada.


A valoração da obra literária é a experimentação, a tomada de consciência, de qualidades esteticamente valiosas e de relações estruturalmente presentes na obra para qualquer leitor competente ou leigo.


A valoração da obra literária é o valor que o leitor dá à obra, com base em análises subjetivas sobre a mesma.

Admitindo-se que a literatura pode ser "estudada" e que o estudo da literatura é uma forma de conhecimento, marque F para as afirmações que forem FALSAS e V para as que forem VERDADEIRAS:

 

 (   ) Para podermos situar os estudos literários no contexto das formas de conhecimento, devemos começar distinguindo os dois ramos principais do conhecimento, as ciências humanas e as ciências naturais.

 

(  ) As ciências naturais se ocupam da realidade enquanto natureza, ou seja, elas se ocupam dos fatos que se repetem, independentemente das circunstâncias espaciais e temporais. Por isso, é possível estabelecer leis gerais para esses fatos e em relação a eles podemos fazer afirmações com grande objetividade e precisão.

 

(   ) Os métodos utilizados pelas ciências naturais são métodos generalizadores. Assim, podemos dizer que as ciências naturais procuram explicar os fenômenos.

 

(   ) As ciências humanas, ou também chamadas ciências culturais, ocupam-se da realidade enquanto cultura, ou seja, algo produzido pela interferência do homem na natureza. A cultura está diretamente relacionada ao homem e, consequentemente, ela é histórica por natureza, ou seja, é algo que se altera incessantemente. Assim, as ciências humanas se ocupam de fatos ou fenômenos culturais, ou seja, que não se repetem, e que dependem das circunstâncias de tempo e de espaço. Em relação a esses fatos, não se pode estabelecer leis gerais.

 

(   ) As ciências humanas são caracterizadas pela objetividade. Por tudo isso, podemos dizer que elas não utilizam métodos particularizadores, ou seja, não estão interessadas naquilo que é característico, naquilo que é particular a cada fenômeno estudado. Em consequência disso, as ciências humanas não explicam, mas procuram compreender os fenômenos.


F V F V F


V V F F V


F F F F V


V V V V F


V F V F V

O que podemos entender por fenômenos literários? Assinale a alternativa que melhor representa essa ideia:


São fenômenos culturais, históricos, fatos únicos e que não se repetem –  não podem ser objetos de explicação; podemos apenas buscar compreender o seu significado.


São fenômenos científicos, fatos únicos e que não se repetem –  não podem ser objetos de explicação; podemos apenas buscar compreender o seu significado.


São fenômenos científicos, que se repetem –  não podem ser objetos de explicação; podemos apenas buscar compreender o seu significado.


São fenômenos culturais, históricos, fatos únicos e que se repetem –  não podem ser objetos de explicação; podemos apenas buscar compreender o seu significado.


São fenômenos culturais, históricos, fatos únicos e que não se repetem –  podem ser objetos de explicação; podemos apenas buscar explicação o seu significado.

Leia o poema, a seguir. Depois, responda ao que se pede.

 

 O Último Poema

 

 Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais

Simples e menos intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. (Manuel Bandeira)

 

Como se classificam os versos deste poema? Assinale a alternativa CORRETA:

 


alternados


emparelhados


redondilho menor


redondilho maior


livres

Leia o poema abaixo com bastante atenção:

 

Quando a morte cerrar meus olhos duros,

–  Duros de tantos vãos padecimentos,

Que pensarão teus peitos imaturos

Da minha dor de todos os momentos?

 

Vejo-te agora alheia, e tão distante:

Mais que distante – isenta. E bem prevejo,

Desde já bem prevejo o exato instante

Em que de outro será não teu desejo

 

Que o não terás, porém teu abandono,

Tua nudez! Um dia hei de ir embora

Adormecer no derradeiro sono.

Um dia chorarás ... Que importa? Chora.

 

Então eu sentirei muito mais perto

De mim feliz, teu coração incerto.

 

Sobre o soneto de Manuel Bandeira, é CORRETO afirmar que:


É do tipo italiano.


Segue a sequência de 8 sílabas métricas (octossílabo).


O poema apresenta versos brancos.


O poema é composto apenas por rimas ricas.


O esquema de rimas é: ABAB, CDCD, EFEF, GG.

Passa tempo

Tic-tac

Tic-tac

Passa hora chega logo

Tic-tac

Tic-tac

E vai-te embora

Passa tempo

Bem depressa

Não atrasa

Nem demora (...) (Vinícius de Morais)

 

Os elementos em destaque no texto de Vinicíus de Moraes se referem a qual elemento intensificador da linguagem? Assinale a alternativa correta:


Onomatopeia


Aliteração


Anáfora


Assonância


Reiteração

"Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos". (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)

 

Glossário:

 

1-algibebe: mascate, vendedor ambulante.

2-saloia: aldeã das imediações de Lisboa.

3-maganão: brincalhão, jovial, divertido.

 

No fragmento apresentado, o narrador incorpora elementos da linguagem usada pela maioria das personagens da obra, como se verifica em:


Do que o vemos empossado.


Amantes tão extremosos.


Envergonhada do gracejo.


Aborrecera-se porém do negócio.


Rechonchuda e bonitona.

Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:


A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada pelo autor.


Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenado o próprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.


Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte.


Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.


Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublimado.

A partir de seus estudos sobre o gênero narrativo, responda:

 

"O que diferencia o relato de uma narrativa?"

 

Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:

 


Relatar significa contar um fato, um acontecimento com o envolvimento de personagens, em um determinado tempo e espaço, o fato de narrar está associado à apresentação de informações, sem a preocupação de envolver personagens, tempo e espaço.


Para um relato se constituir como tal, e não ser um mero narrar, alguns elementos necessitam estar bem definidos: ambientação, complicação, clímax e desfecho, além da necessidade de narrador, personagens, tempo, espaço...


O gênero narrativo está relacionado aos gêneros pertencentes ao domínio social da memorização e documentação das experiências humanas, situando-as no tempo.


A narrativa deve caracterizar-se pela apresentação ou enumeração de informações básicas sobre um acontecimento, ou ainda, sobre um estado de espírito.


Enquanto  narrar significa contar um fato, um acontecimento com o envolvimento de personagens, em um determinado tempo e espaço, o relato está associado à apresentação de informações, sem a preocupação de envolver personagens, tempo e espaço.     

Páginas: 12345678